Morador do Sul de MG comemora 100 anos após perder filhos e neto na pandemia: 'missão para cumprir'
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Publicado em 15/05/2023
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Um morador de Alpinópolis (MG), no Sul de Minas Gerais, comemorou 100 anos nesta semana com uma história de honestidade, trabalho e luta pela família. Lúcido e 'bom de prosa', o agora centenário Antônio Alves toca violão, faz pilates e dança até forró.
"Eu arrisco (dançar forró). Surgiu naturalmente na minha época, que a gente frequentava muito os bailinhos, essas coisas. Dancei muito, bastante (quando era mais novo)", contou seu Antônio para o repórter Gustavo Oliva, da EPTV Sul de Minas. (Confira a reportagem completa no vídeo acima)
Nesta semana, a família toda do seu Antônio se reuniu em Alpinópolis para comemorar os 100 anos. Ao todo, ele teve 15 filhos, 50 netos, 50 bisnetos e três tataranetos.
Seu Antônio chega aos 100 anos depois de perder cinco filhos: três recém-nascidos para a gripe, dois, de 68 e 70 anos para a Covid, além de um neto, de 49 anos, que também morreu na pandemia.
"Naquela época não tinha recursos. A saúde era muito precária e acabaram morrendo de gripe, sendo uma tristeza muito grande. E depois veio essa outra gripe, a Covid, que acabou me levando três filhos. É muito triste o pai sepultar os filhos", disse seu Antônio em entrevista para a Tribuna Alpina.
Natural de São José da Barra, seu Antônio se mudou anos depois para Alpinópolis, onde conheceu sua futura esposa, a vizinha Benedita Joaquina de Paula, com quem conviveu por 70 anos.
"Nós éramos vizinhos, então a gente tinha um namorinho desde novo e foi ficando, foi até que deu certo, graças a deus uma felicidade que eu tive na vida. Convivi 70 anos de casamento, uma vida", contou seu Antônio.
Seu Antônio diz que chegar aos 100 anos com a disposição e alegria que ele tem não foi assim tão difícil.
"Isso não é difícil não, não é também tão fácil. Precisa acreditar muito em deus primeiro lugar, depois não pode ter estresse, tem que ouvir e não escutar, e ver e não enxergar e daí por diante.
"Deus manda a gente no mundo com uma missão para cumprir, mas a gente não sabe, a gente vai cumprindo ela sem saber"