Mecânico que superou depressão com mountain bike treina no quintal de casa em MG e se destaca em torneios
Tecnologia
Publicado em 24/08/2022
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Aos 24 anos, o mecânico Luiz Miguel Honório tem se destacado no mountain bike e é o atual vice-campeão brasileiro da modalidade. O sucesso atualmente na modalidade só surgiu graças a um incentivo familiar em 2014, quando ele foi diagnosticado com depressão. Já os bons resultados nas competições são conquistados em treinos realizados em uma pista construída no quintal da própria casa, em Maria da Fé (MG).
O Luiz corre na modalidade XCM, a Cross Country Maratona. São corridas que variam entre 50 a 120 quilômetros de distância. O início na modalidade veio devido ao diagnóstico de depressão. Para incentivá-lo a fazer alguma atividade, a família decidiu dar uma bicicleta a ele. Depois disso, a paixão pela bike foi além de um simples exercício.
”Assim eu fui adquirindo gosto. Comecei a pedalar por prazer e hoje estou competindo em alto nível” – disse.
No último final de semana, ele se tornou vice-campeão do campeonato brasileiro de XCM em Castro Alves, na Bahia.
– Além do resultado que tive na Bahia, bastante gente ficou feliz, principalmente as pessoas que torcem por mim. Quando cheguei fui recebido de surpresa por uma multidão de amigos, patrocinadores, familiares, meus pais, minha noiva. Foi uma surpresa bem bacana, fizeram uma carreata para me receber. Fiquei muito feliz, isso é gratificante
Luiz trabalha em uma oficina de bicicletas. A rotina na bicicletaria é das 6h às 18h, de segunda a sábado. Com isso, o ciclista só teve uma opção para manter o rendimento em alto nível em competições: treinar de madrugada.
– Eu levanto normalmente entre 3h30 e 4h da manhã para fazer minhas obrigações de treino. Depois, antes das 7h, já estou pronto e me arrumo. Eu moro a 7 quilômetros da cidade e trabalho das 8h às 17h – disse.
E os treinamentos dele são feitos em uma pista construída na propriedade rural em que vive com a família em Maria da Fé. A pista tem um total de dois quilômetros e foi construída por ele, com a ajuda de amigos.
– Em 2020, quando começou a pandemia, tudo parado, o serviço a gente teve que parar também. Eu já tinha uma ideia de fazer uma pista em casa para aprimorar as dificuldades minhas. Por estar parado, tive a ideia junto com meu patrão e outros colegas de começar a construir a pista. É uma pista de 2 quilômetros no meio do terreno, tem bastante obstáculos e rampas. Foi a pista que com certeza que sérvio para me alavancar ainda mais, melhorar minhas dificuldades e poder estar mais preparado durante as competições – contou.
O esforço e os bons resultados atraíram patrocinadores, que ajudam a bancar os custos de viagens e oferecem, também, a bicicleta que ele usa nas competições.