O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram na última quarta-feira (17) uma força-tarefa de combate à falsificação de agrotóxicos em Franca (SP).
Os agentes cumpriram oito mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão em Franca, Cristais Paulista (SP), Ribeirão Preto (SP) e Igarapava (SP) na Operação “Piratas do Agro”.
Entre os efetivamente presos havia uma mulher grávida, que chegou a passar mal e foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Um dos investigados tentou fugir em uma caminhonete, mas foi acompanhado e detido com apoio de um helicóptero.
Segundo a PRF, com um dos suspeitos foi apreendida uma arma, além de munições de fuzil 556.
Todo o material foi levado para a sede do Gaeco em Franca, para contabilização.
As ordens judiciais foram contra membros de uma organização criminosa que atua no comércio ilegal de defensivos agrícolas, além de ser investigada por crimes como lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em documentos público. A Justiça, por meio da 2ª Vara Criminal de Franca, também autorizou bloqueio de bens dos investigados.
Os trabalhos tiveram apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A quadrilha começou a ser investigada em 2020, inclusive com a apreensão de cargas de agrotóxicos adulterados.
“O agrotóxico é um produto muito controlado por diversos órgãos de vigilância e esse agrotóxico era feito dentro de um depósito com fabricação manual, com produtos reutilizados, com produtos químicos sem origem, com origem desconhecida, em que eram colocados os produtos manipulados dentro das embalagens reutilizadas e fabricados burlados rótulos falsos com selos falsos e vendidos como os originais”, afirma Cristiano Vasconcellos, coordenador geral de comunicação social da PRF.
Ao longo das diligências, os agentes apontaram a existência de um grupo com núcleos diferentes visando a atuação criminosa, desde pessoas dedicadas à parte financeira da organização até a falsificação, além de prejuízos, em âmbito nacional, não só a produtores rurais como ao meio ambiente e à saúde pública.
Os defensivos falsificados eram destinados a diferentes regiões do país por meio de um esquema complexo, com cargas transportadas tanto por rodovias quanto por remessas menores, enviadas pelo correio, segundo o Gaeco.
Em função dessa capacidade das operações da organização criminosa, de acordo com o promotor Adriano Mélega, ainda não é possível mensurar a dimensão dos danos causados à lavoura, à saúde pública e ao meio ambiente.