Minas Gerais se prepara para prevenir e tratar possíveis casos de “varíola do macaco”
Tecnologia
Publicado em 06/06/2022
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Em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) o “Protocolo Clínico para orientações gerais, prevenção e controle do Monkeypox”, conhecida como varíola do macaco.
O documento foi formulado em menos de duas semanas, com as melhores e mais atualizadas evidências disponíveis. Ele traz informações necessárias à assistência segura ao paciente suspeito e/ou confirmado de infecção pelo vírus Monkeypox, que transmite a varíola dos macacos.
O secretário de Estado de Saúde e ex-presidente da Fhemig, o médico Fábio Baccheretti, afirma que o protocolo é fundamental para o reconhecimento precoce dos pacientes suspeitos e também para ações de vigilância sanitária pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG).
“Esse protocolo vai orientar as equipes da Fhemig e vai ser utilizado também pelos outros hospitais que, comumente, adotam os protocolos desenvolvidos pela Fundação, que tem expertise no assunto”, ressaltou.
De acordo com o médico infectologista e membro da Coordenação de Segurança Assistencial da Diretoria Assistencial (Dirass) da Fhemig, Flávio Souza Lima, o público-alvo do protocolo clínico são os profissionais de saúde que atuam na Fundação.
“Ele foi elaborado com o objetivo de subsidiar as unidades assistenciais da Rede e também poderá ser utilizado, como base, para a elaboração de protocolos de outros serviços”, reforçou o infectologista. Ainda segundo Flávio, a Fhemig sempre consulta as normatizações nacionais e internacionais na elaboração de suas políticas assistenciais.
Lucinéia Carvalhais, médica infectologista e gestora da Diretoria Assistencial da Fhemig, destaca que, em razão do impacto macrorregional da Fhemig, que atua alinhada com as necessidades do SUS estadual e macrorregional, foi preparado o protocolo, que dá as diretrizes para as unidades hospitalares da Rede para o recebimento e o manejo dos casos que entrem em critério de suspeição de Monkeypox.
Além de ser menos transmissível que a covid-19, tudo indica que o número de casos da varíola do macaco será menor. “É importante salientar que ainda não ocorreram óbitos fora do continente africano, até o momento”, diz o especialista. Flávio Lima acentua que, em regiões endêmicas, o Monkeypox causa uma letalidade entre 1% e 10%.
Acredita-se que os hospedeiros animais da varíola do macaco sejam roedores silvestres e primatas não humanos. Outro ponto importante é que não há vacina específica contra o vírus Monkeypox. Por outro lado, segundo nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do dia 31 de maio, não há vacina contra a varíola humana disponível, neste momento, que poderia ser usada no caso da varíola do macaco. Ela foi responsável pela erradicação da varíola humana na década de 80 e possui eficácia de 85% quando aplicada em pessoas infectadas pelo Monkeypox.
Os sintomas da varíola do macaco são mal-estar geral, febre e cansaço, que são muito parecidos com os da gripe. Além disso, os nódulos linfáticos ficam inchados. Na sequência, aparecem erupções na pele, que podem se iniciar como manchas vermelhas e sem volume, depois apresentam volume e bolhas para, finalmente, formarem cascas. Uma característica que a diferencia da varicela (catapora) é que as lesões se apresentam em uma mesma fase de evolução nos casos de varíola.