Passense chega à Ucrânia e treina para combate contra os russos
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Publicado em 20/04/2022
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O motorista de aplicativos Fábio Júnior de Oliveira, de 42 anos, natural de Passos, com família em Itaú de Minas e morador de Poços de Caldas, reuniu dinheiro em vaquinha virtual e partiu para a Ucrânia para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, uma unidade militar formada por estrangeiros que queiram combater os russos no país.
Chegou pela Polônia e integra uma base militar onde atua como tradutor da língua inglesa para os demais de língua hispânica durante os treinamentos de guerra de que participa.
Ex-militar, sargento formado pela Escola de Formação de Soldados, Fábio diz que sempre foi treinado para acudir o país em caso de necessidade. Assim que viu que a Ucrânia estava recebendo homens voluntários com experiência, ele não pesou duas vezes e resolveu ir.
“Entrei em contato com a Embaixada da Ucrânia na Polônia e recebi um e-mail deles confirmando o meu alistamento. Eu devo ir para a Cracóvia e lá tem um hotel da Legião Ucraniana esperando os voluntários”, disse há um mês, antes de ir.
Depois cruzou até à Ucrânia de caminhão do Exército porque o espaço aéreo está tomado.
Chegou em solo ucraniano na última sexta-feira (15), em Yavoriv, que já foi bombardeada. “Eu estou fazendo o mesmo treinamento de combatente, vou pro combate do mesmo jeito, só que eu estou fazendo as traduções de inglês, porque tudo aqui é em Inglês e ucraniano. E aqui nós temos um grupamento hispânico e português. São Pessoas que vieram para cá como voluntárias, exatamente como eu, só que não falam a língua inglesa”, conta.
Brasileiros dispensados por causa de Bolsonaro
A base militar onde Fábio está agora fica quase na divisa com a Polônia. “Aqui estamos em treinamento e não vimos nada demais. O que aconteceu de chato aqui hoje nessa base foi que nove brasileiros foram mandados embora anteontem porque os ucranianos cobraram uma postura em relação ao presidente, pelas posições dele no G-20. Hoje, se eu não tivesse sido firme e dissesse que as posturas dele não nos interessam e que estávamos ali para guerrear seriamente, seríamos mandados embora também”, conta.
Quatro soldados voluntários brasileiros conseguiram ficar nesta base, além de Fábio.